quarta-feira, 6 de junho de 2018

Medo, ansiedade ou desespero nosso de cada dia?!


O medo é um fenômeno universal e humano, ele tem uma função importante de ativar nosso comportamento de autoproteção. A dose razoável de medo faz com que tenhamos atitudes apropriadas diante de perigos reais e iminentes, como de fuga em um incêndio, por exemplo. Entretanto, o medo pode revelar-se excessivo, ao ponto de se tornar sentimento que paralisa nossas vidas.
Ainda, o medo pode se manifestar mesmo em situações que não representam um risco relevante à nossa sobrevivência. Quem nunca sentiu aquele frio na barriga e ou um palpitar no coração ao falar em público? O nome que damos a esse mal-estar é ansiedade, ou seja, é quando temos uma reação de medo, mas não passamos por um risco grave ou, ainda, quando avaliamos de forma exagerada e errônea o poder que uma situação, pessoa ou objeto possui.
Até aí, tudo bem. É inevitável sentir medo e ansiedade, entretanto, em certas situações, estes fenômenos ganham dimensões de desespero, capazes de modificar nossa vida, causando limitações de relevantes proporções nas áreas social, profissional, afetiva, acadêmica e outras. Neste âmbito, é importante avaliar a possibilidade de um transtorno de ansiedade (veremos seus diversos tipos posteriormente). E, como o medo e ansiedade são sentimentos e sensações que cada indivíduo desenvolve particularmente, ou seja, a partir da interpretação subjetiva de suas vivências, neste território um psicólogo pode nos ajudar.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

QUEM CUIDA DE SI JÁ CUIDA DO OUTRO

É comum mães se esquecerem de si para cuidarem de seus filhos. Afinal, cuidar bem de um filho exige muito de uma mãe, mas cuidar do outro (no caso, cuidar do filho) não é abandonar a si mesma.
Principalmente porque mães que se descuidam de si, por mais que amem seus filhos, podem ficar frequentemente desanimadas, irritadas, intolerantes ou ter comportamentos similares.
Nesse caso, o tempo dedicado aos filhos pode perder a qualidade, vindo a ser um tempo automático, de ditadura de tarefas e de regras, com poucas oportunidades de momentos de troca, de brincadeiras, de diálogo e de afeto.
Mãe, é importante cuidar minimamente de você para cuidar do seu filho, sua filha. Lembre-se: coloque “a máscara de oxigênio” primeiro em você, respire e, depois, coloque-a no seu filho. 
Não é fácil, mas é essencial. 

terça-feira, 24 de abril de 2018

A medicalização da existência na atualidade



Você vai concordar comigo quanto a estarmos mais “acostumados” a tratar uma dor física, a lidar com um médico e, principalmente, a tomar um remédio, para aliviar nosso sofrimento. Ocorre que, quando a dor é emocional (podendo afetar o físico, inclusive), o remédio pode medicar o corpo, mas não a nossa existência.  Eis a questão: quando existe algo além do biológico, logo pode vir resistência, negação, medo, sensação de impotência, de fraqueza... Procede?  
Ocorre que somos um todo e, assim como podemos ter uma dor física, podemos ter uma dor emocional. O emocional, inclusive, pode repercutir no nosso corpo e fazê-lo “gritar”: Opa, tem alguma coisa acontecendo aqui. É o todo se manifestando. E isto é cada vez mais presente, mas é difícil de aceitar e, principalmente, de buscar ajuda. Tudo isto porque ainda não compreendemos que, assim como vamos ao médico e avaliamos o nosso biológico, precisamos avaliar como anda a nossa psique, o nosso convívio seu social, enfim buscar entender o tipo de dor que estamos sentindo, antes de percorrer o caminho da medicalização da nossa existência, tomando medicações com a esperança de resolver “tudo”, mas será que “resolve”?? 
Se a dor for emocional, claro que só o remédio não vai resolver. Você pode até dormir um pouco melhor, por exemplo, sentir-se mais confortável por um tempo..., mas, logo em seguida, aquela dor que você “joga debaixo do tapete” retorna ou, então, você busca ocupar-se com milhões de tarefas para não pensar em nada.   
Bem sabemos que é difícil compreender e aceitar que um comprimido ou outro medicamento não vai curar todas as dores, fazê-las desaparecer. Muitas vezes, a dor diz de uma necessidade de uma reavaliação da nossa vida. E esta vai além de uma pontual medicação que é importante, mas não “cura” nossa existência, não reflete ou toma decisões por nós como sujeitos de nossa vida.
Enfim, medicalizemos o corpo, sempre que necessário, mas tomemos nosso lugar de sujeito prescritor da nossa existência, sempre que possível, cuidando da nossa psique.
 



terça-feira, 27 de março de 2018

Somos um “todo”, não fragmento

Muitas pessoas que atendo relatam que estavam há anos em sofrimento. Consultaram vários médicos e fizeram diversos exames, mas “não deu em nada” . Percebo o quanto ainda é difícil a identificação por parte delas e até mesmo de alguns profissionais de que se trata de uma demanda emocional, e que, portanto, precisa de devida avaliação da   condição psicológica e tratamento especializado.
Há muita desinformação sobre a interligação mente e corpo, uma redução da condição humana às questões de cunho biológico, esquecendo-se de que o individuo é constituído  de diversas dimensões que integram a sua condição humana. A psicológica é uma delas.
Cada vez mais temos pessoas em sofrimento emocional com dores de cabeças intermináveis, ânsias de vômito, falta de apetite e outros sintomas, sem compreender e /ou desconfiar o que esse sintoma pode, além do biológico, nos dizer sobre sua condição psicológica, social. Acontece  que somos um todo e os sintomas podem nos dizer de como se encontra nossa própria vida. E, aí, como vai a sua?
 Meu convite é de que compreendamos o ser humano buscando olhar o todo, não fragmentos. Nenhuma condição humana se “explica” a partir de apenas uma dimensão.        Quando alguém me pergunta se está naquela situação por causa um problema específico, de uma pessoa, um acontecimento, respondo que é necessário compreender  sua  história de vida, suas  escolhas, valores, sentimentos, sua dimensão biopsicossocial  a fim de que inclusive a própria pessoa não apenas ache “respostas”, mas se conheça e encontre novas possibilidades de se posicionar em face à sua condição.

  

 Por Marina Bentivi 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018


                     Quem cuida da saúde mental cuida da vida

   Todos nós, em algum momento da vida, passamos por algum problema. Pode ser uma pequena dificuldade de se adaptar a uma mudança, o sofrimento pela perda de alguém, impasses que tiram nosso sono ou até mesmo o questionamento se queremos continuar vivendo e, neste caminho, nossa tendência pode ser buscar ajuda com nossos amigos, familiares ou tentarmos “resolver” tudo sozinhos.   
Porém, quando estamos dentro de certas questões, por vezes, até podemos ter consciência de quais são os nossos problemas. Ocorre, todavia, que temos dificuldades de nos percebermos de fora e intervir em nós. Você já se imaginou fazendo uma cirurgia em si mesmo? É por aí a dificuldade que podemos enfrentar.
E será que um amigo ou familiar seu, por mais boa vontade que tenha, poderia fazer esta “cirurgia” em sua mente? Bem, me permita mais algumas perguntas: Será que, quando contamos nossas queixas, nos despreocupamos com o julgamento que podemos ter? O que dizemos será sempre acolhido? Conseguimos dizer tudo, tudo mesmo?
São questionamentos que nos levam a entender que precisamos de cuidados sim! Por vezes, cuidados profissionais. Em se tratando de saúde mental, um psicólogo pode nos ajudar.  E sabe por quê? Ele estudou cinco anos a Psicologia, possui conhecimentos fundamentados nesta ciência, assume o compromisso com o sigilo, confidencialidade e de não induzir seus clientes a suas convicções pessoais.  O psicólogo não estudou para realizar uma “sessão de conselhos”, mas um processo técnico-científico com avaliação, objetivos e observação da evolução deste acompanhamento.  
E, dentre as diversas práticas do psicólogo, destacamos a Psicoterapia, digamos que   uma “cirurgia” sem cortes físicos, mas uma abertura profunda em nossa existência, uma  possibilidade de autoconhecimento, revisão de quem somos, da nossa vida. E, neste processo, clarificação e ajuda no lidar com os nossos sentimentos e relações  e, isso, caro leitor, exige conhecimento científico do “cirurgião das emoções” e engajamento do paciente.                       
Entregar-se aos cuidados de um psicólogo não é fraqueza, não é incompetência no gerenciamento da nossa vida, é cuidar da saúde mental. É permitir que nós sejamos    “operados” e colaboremos para  a efetivação deste processo.  É compromisso com a vida.
Vamos nos permitir?              

Por Marina Bentivi