Você vai
concordar comigo quanto a estarmos mais “acostumados” a tratar uma dor física, a
lidar com um médico e, principalmente, a tomar um remédio, para aliviar nosso
sofrimento. Ocorre que, quando a dor é emocional (podendo afetar o físico,
inclusive), o remédio pode medicar o corpo, mas não a nossa existência. Eis a questão:
quando existe algo além do biológico, logo pode vir resistência, negação, medo,
sensação de impotência, de fraqueza... Procede?
Ocorre que
somos um todo e, assim como podemos ter uma dor física, podemos ter uma dor
emocional. O emocional, inclusive, pode repercutir no nosso corpo e fazê-lo “gritar”:
Opa, tem alguma coisa acontecendo aqui. É o todo se manifestando. E isto é cada
vez mais presente, mas é difícil de aceitar e, principalmente, de buscar ajuda. Tudo isto
porque ainda não compreendemos que, assim como vamos ao médico e avaliamos o
nosso biológico, precisamos avaliar como anda a nossa psique, o nosso convívio
seu social, enfim buscar entender o tipo de dor que estamos sentindo, antes de
percorrer o caminho da medicalização da nossa existência, tomando medicações
com a esperança de resolver “tudo”, mas será que “resolve”??
Se a dor for
emocional, claro que só o remédio não vai resolver. Você pode até dormir um
pouco melhor, por exemplo, sentir-se mais confortável por um tempo..., mas,
logo em seguida, aquela dor que você “joga debaixo do tapete” retorna ou,
então, você busca ocupar-se com milhões de tarefas para não pensar em nada.
Bem sabemos
que é difícil compreender e aceitar que um comprimido ou outro medicamento não
vai curar todas as dores, fazê-las desaparecer. Muitas vezes, a dor diz de uma
necessidade de uma reavaliação da nossa vida. E esta vai além de uma pontual
medicação que é importante, mas não “cura” nossa existência, não reflete ou
toma decisões por nós como sujeitos de nossa vida.
Enfim, medicalizemos o corpo, sempre que necessário, mas tomemos nosso lugar de sujeito prescritor da nossa existência, sempre que possível, cuidando da nossa psique.
Enfim, medicalizemos o corpo, sempre que necessário, mas tomemos nosso lugar de sujeito prescritor da nossa existência, sempre que possível, cuidando da nossa psique.