terça-feira, 27 de março de 2018

Somos um “todo”, não fragmento

Muitas pessoas que atendo relatam que estavam há anos em sofrimento. Consultaram vários médicos e fizeram diversos exames, mas “não deu em nada” . Percebo o quanto ainda é difícil a identificação por parte delas e até mesmo de alguns profissionais de que se trata de uma demanda emocional, e que, portanto, precisa de devida avaliação da   condição psicológica e tratamento especializado.
Há muita desinformação sobre a interligação mente e corpo, uma redução da condição humana às questões de cunho biológico, esquecendo-se de que o individuo é constituído  de diversas dimensões que integram a sua condição humana. A psicológica é uma delas.
Cada vez mais temos pessoas em sofrimento emocional com dores de cabeças intermináveis, ânsias de vômito, falta de apetite e outros sintomas, sem compreender e /ou desconfiar o que esse sintoma pode, além do biológico, nos dizer sobre sua condição psicológica, social. Acontece  que somos um todo e os sintomas podem nos dizer de como se encontra nossa própria vida. E, aí, como vai a sua?
 Meu convite é de que compreendamos o ser humano buscando olhar o todo, não fragmentos. Nenhuma condição humana se “explica” a partir de apenas uma dimensão.        Quando alguém me pergunta se está naquela situação por causa um problema específico, de uma pessoa, um acontecimento, respondo que é necessário compreender  sua  história de vida, suas  escolhas, valores, sentimentos, sua dimensão biopsicossocial  a fim de que inclusive a própria pessoa não apenas ache “respostas”, mas se conheça e encontre novas possibilidades de se posicionar em face à sua condição.

  

 Por Marina Bentivi